Quer saber de onde eu sou?
Sou da Bahia
Quer saber de onde eu sou?
Onde eu nasci foi no Garcia
Quando era pequenino
Vejam só o que eu fazia
Entrava no samba à noite
Saía ao romper do dia
1.
SOU DA BAHIA (Riachão)
Riachão Feat. Beto Barreto
TINTIN (Riachão)
Riachão Feat. Taian Paim
2.
Quer saber de onde eu sou?
Sou da Bahia
Quer saber de onde eu sou?
Onde eu nasci foi no Garcia
Quando era pequenino
Vejam só o que eu fazia
Entrava no samba à noite
Saía ao romper do dia
Riachão: voz
Beto Barreto: guitarra baiana
Bruno Prado: congas, caxixi, prato e faca e palmas
Caê Rolfsen: arranjo, violões, frigideira e palmas
Iuri Passos: atabaques Rum, Rumpi e Lé, sementes e palmas
Paulinho Timor: surdo, reco-reco e palmas
Angela Lopo, Tita Alves e Caê Rolfsen: coro
Esta faixa destaca a musicalidade do samba de roda na obra de Riachão. Filho de pais do Recôncavo Baiano, de Santo Amaro, "Sou da Bahia" também exalta o bairro do Garcia, onde Riachão nasceu e viveu até o fim de sua vida. Para dar ainda mais brilho à gravação, contamos com a presença de Beto Barreto e sua fantástica guitarra baiana, acompanhada pelo violão sincopado de Caê Rolfsen como base, além dos tambores do alagbê Iuri Passos e demais percussões de Bruno Prado.
3.
UMA VEZ NA JANELA (Riachão)
Teresa Cristina
Eu moro bem pertinho da mangueira
Ela, bem pertinho da jaqueira
Com saudade, fico olhando da janela
Entristeço quando não vejo ela
Chegue uma vez na janela
Ó, bela
Quando chega a saudade
(Ô, saudade!)
Também chega meu sofrer
(Meu sofrer!)
Olho ela e não vejo
Só parece que eu vou morrer
(Que eu vou morrer!)
Teresa Cristina: voz
Paulinho Viveiro: trompete
Caê Rolfsen: arranjo, viola de 10 cordas, cavaquinho, violão 7 cordas, cuíca, garrafa e frigideira
Paulinho Timor: surdo e shaker
Xeina Barros: pandeiro
Caê, Anna Vis e Victoria dos Santos: coro
Este é um dos sambas que Riachão mais gostava de cantar - uma crônica do seu dia dia. A gravação traz uma fusão do samba carioca, a partir da interpretação de Teresa Cristina e do toque do samba de partido-alto nos pandeiros, ao samba de roda presente no interior brasileiro, marcado pelo timbre da viola de 10 cordas de Caê Rolfsen, e à música cubana, presente no arranjo e no solo de trompete de Paulo Viveiro. O registro presentifica, assim, o elo entre a música afrodiaspórica brasileira e cubana, apreciada por Riachão desde sua visita a Cuba, por ocasião da exibição do filme “Samba Riachão”, do cineasta Jorge Alfredo.
Ô, Bento!
Ô, Jão!
Ô, Toninho!
Ô, Tintin!
Ainda me lembro
Quando eu criancinha
Minha mãe, tão cansadinha,
Nos chamava assim
Vem cá, menino
Não seja teimoso
Venha tomar banho
Pra ficar cheiroso
Daqui a pouco,
Chega seu paizinho
Mesmo cansadinho,
Trazendo o gostoso
Riachão: voz
Taian Paim: voz
Tigrinho da Flauta: flauta solo
Alexandre Ribeiro: clarone e clarinete
Fred Dantas: trombone
Caê Rolfsen: arranjo e violão
Paulinho Timor: surdo, caixa de fósforo, tantan, tamborim e repique de anel
Rodrigo Campos: cavaquinho e repique
Xeina Barros: pandeiro e reco-reco
Neste samba sincopado, composto em homenagem à sua mãe, Maria Estefânia Rodrigues, Riachão retrata suas memórias da infância, quando era chamado pelo apelido de Tintin entre seus familiares. Em um encontro atemporal entre a voz de Riachão, registrada à capela, e a voz de seu neto, Taian Paim, a gravação configura-se como uma ponte que conecta o legado musical da obra de Riachão às novas e futuras gerações, representadas aqui pela participação de Murilo Tigrinho, músico de apenas 9 anos, na flauta. Por fim, a voz falada de Nega Duda traz vida à mãe de Riachão enquanto personagem que narra a letra do samba em primeira pessoa, acompanhada por Rodrigo Campos, no cavaco, e por Xeina Barros, Paulinho Timor e Caê Rolfsen na percussão.
SUA VAIDADE VAI TER FIM (Riachão)
Pedro Miranda
4.
Sua vaidade vai ter fim
A mesma vai fazer você sofrer
Hoje, você se escusa de mim
Mas o que está feito
Não está pra se fazer
Não esqueça dos momentos de alegria
Das noites quente e fria
Eu e você
Siga
Siga em paz
Meu, meu grande amor
Talvez mais tarde
Você venha sentir a mesma dor
(Que horror!)
Pedro Miranda: voz
Luis Filipe de Lima: violão de 7 cordas
Fred Dantas: trombone
Dudu Reis: cavaquinho e violão tenor
Paulinho Timor: surdo, shaker e agogô
Xeina Barros: pandeiro
Caê, Anna Vis e Victoria dos Santos: coro
Caê Rolfsen: arranjo e tantan
SAUDADE (Riachão)
Riachão Feat. Criolo
5.
Ai, saudade
Saudade do meu grande amor
Quanto mais o tempo passa,
Mais aumenta minha dor
Ai, eu choro
Lamento esse meu padecer
Tudo que passo na vida, meu amor
Agradeço a você
Se amar é um pecado,
Eu sou um pecador
Porque lhe amo tanto
Lhe amo com fervor
Faz tempo, não lhe vejo
Faz falta o seu calor
Para mim, é o bastante
A presença desse amor
Riachão: voz
Criolo: voz
Caê Rolfsen: arranjo, violão, frigideira e mpc
Emerson Bernardes: cavaquinho
Paulinho Timor: shaker, surdo, tantan e tamborim
Xeina Barros: pandeiro e agogô
Angela Lopo, Tita Alves e Caê Rolfsen: coro
Esta música era, originalmente, um tango, o "Tango da saudade", e Riachão a interpretava nos palcos como um ator de teatro, encenando e encantando o público. A partir de sua voz cantada à capela, foi criada uma versão que sampleia sambas antigos e dá uma linguagem atual para a canção. Ao ouvir esta versão, Criolo se emocionou e relembrou momentos em que passou ao lado de Riachão, a quem se refere como um de seus mestres musicais.
SAMBA QUENTE (Riachão)
Roberto Mendes
7.
Samba quente do Lelê
Samba quente do Lalá
É brinquedo de pequeno
Grande também vai brincar
Quando o samba tá formado
Vendo o bamba batucando
Gente vê, não se aguenta
Vai chegando, se chegando
Samba quente do Lelê
Samba quente do Lalá
É brinquedo de pequeno
Grande também vai brincar
(É brinquedo de operário
Olha, o doutor vai brincar)
Vendo o bamba batucar
Uma cabrocha requebrar
Gente vê, não se aguenta
Cai no samba pra sambar
Roberto Mendes: voz e violão
Leonardo Mendes: violão e produção musical
João Mendes: violão e produção musical
Gustavo Caribé: baixo
Sebastian Notine: percussão
Tedy Santana: percussão
Mais uma vez, o samba de roda se faz presente nesse trabalho, agora com arranjo, violão e voz de um dos nomes de referência deste gênero musical, Roberto Mendes, que fez sua leitura e trouxe essa bela interpretação para deleite de todos ouvintes.
9.
MORRO DO GARCIA (Riachão)
Enio Bernardes, Juiana Ribeiro e Fred Dantas
Composição com a marca registrada de Riachão, "Sua vaidade vai ter fim" é um daqueles sambas que já nascem clássicos. Adotando a linguagem dos sambas da década de 60 e a batucada em primeiro plano, o registro conta com auxilio luxuoso de Fred Dantas (no trombone) e Dudu Reis (no cavaco e violão tenor) - músicos que, desde jovens, acompanharam Riachão pelos palcos da vida. Pedro Miranda interpretou o samba com maestria e muita lealdade à maneira como o malandro cantava.
6.
SONHO DO MAR (Riachão)
Riachão Feat. Martinho da Vila
Artista gentilmente cedido pela Sony Music
Quem olha pra areia
Quer olhar pro mar
Quem dorme na areia
Quer olhar pro mar
Quem anda na areia
Quer andar no mar
O mar é tão lindo
É verde, tem limo
Ensina a sonhar
Ó, quanto é bom sonhar
Com a Rainha Sinhá
Sonhei que fui à macumba
E toquei zabumba no fundo do mar
Riachão: voz
Martinho da Vila: voz
Caê Rolfsen: arranjo, violões, caxixi e bongo
Bruno Prado: congas
Paulinho Timor: surdo e agogô
Esta bela canção representa um gênero marcante na primeira fase da carreira de Riachão: a toada, executada à moda de viola, habitualmente cantada por ele nas rodas soteropolitanas, acompanhada pela viola de 10 cordas de seu parceiro de longa data, o músico Sabiá. Esta releitura traz elementos da música latina e angolana, tendo inspirações em Ruy Mingas e Cesária Évora, entre outros artistas. Martinho da Vila, grande amigo do mestre, ficou encantado com o arranjo de violões criados e interpretados pelo produtor musical Caê Rolfsen e se emocionou ao dividir a interpretação desta composição em dueto com Riachão.
8.
OH, LUA (Riachão)
Josyara
Artista gentilmente cedida pela Deckdisc
Oh, Lua
Que não esquece da pobreza
Vai e deixa a gente no escuro
Quando volta, é uma beleza
Oh, Lua
Ando cheio de saudade
Tão distante dos meus olhos
Mande a felicidade
Quando vais, vai se encurtando
E a saudade vai chegando
Nossos olhos vão chorando
Logo cedo, eu vou me deitando
Josyara: voz e violão
Victoria dos Santos: congas e palmas
Paulinho Timor: surdo e prato e faca
Arranjo coletivo
Novamente, o samba de roda presente na obra de Riachão, agora com uma cantora da nova safra baiana, Josyara, emprestando todo seu talento nos violões e a doçura de sua voz inconfundível. A faixa traz, mais uma vez, as raízes do samba do Recôncavo Baiano com a batucada da musicista Victória dos Santos nos atabaques. A força feminina está bem representada nesta belíssima gravação.
HOMENAGEM A CLAUDETE MACEDO
(Riachão)
Nega Duda Feat. Clarindo Silva
10.
A Fazenda do Garcia é um morro
Tem malandro que se pode aproveitar
Inclusive a Juventude do Garcia
Gente bamba de alegria
Se quer ver, vá até lá
Ainda tenho lembrança
Quando o samba
Imperou pra valer
Numa noite enluarada
Numa alta madrugada
Perto do sol nascer
Enio Bernardes e Juliana Ribeiro: voz
Caê Rolfsen: arranjo
Rodrigo Carneiro: violão 7 cordas
Emerson Bernardes: cavaquinho
Fred Dantas: trombone
Paulinho Timor: arranjo, shaker, surdo, tantan e tamborim
Xeina Barros: pandeiro e agogô
Angela Lopo, Tita Alves e Caê Rolfsen: coro
Samba em exaltação ao bairro do Garcia, em Salvador, onde Riachão nasceu, foi criado e morou até os últimos momentos de sua vida. Samba-batucada com bastante coro, do jeito que o malandro gostava. Juliana Ribeiro, sambista, pesquisadora e muito amiga de Riachão, divide a voz com Enio Bernardes, músico e compositor com forte atuação na cena musical do samba soteropolitano. Também se destaca nesta faixa o trombone do maestro Fred Dantas, músico que acompanhou Riachão durante cinco décadas, em diversos shows e gravações, no Brasil e no exterior.
Vá no Terreiro
Pra ver a Cantina da Lua sambando
Vá, seja o primeiro
Pra ver a sambista Claudete cantando
Ela é a noite
Ela é o dia
Ela é passarada
Ela é alegria
Ela é a viola
Ela é a ternura
Fonte de doçura que nos irradia
Nega Duda: Voz
Caê Rolfsen: arranjo
Rodrigo Carneiro: violão 7 cordas
Emerson Bernardes: Cavaquinho
Paulinho Timor: arranjo,shaker, surdo, tantan, tamborim e repique de anel
Xeina Barros: agogô, conga e pandeiro
Angela Lopo, Tita Alves e Caê Rolfsen: coro
Falar de Riachão é falar do samba da Bahia. E para falar do samba da Bahia, temos que lembrar da Rainha do Samba, Claudete Macedo. Para este tributo, convidamos a cantora Nega Duda, com sua voz imponente - digna de representar a homenageada. Esta música também é dedicada à segunda casa do malandro, como ele costumava chamar a Cantina da Lua. E, para isso, trouxemos Clarindo Silva, comandante deste "quartel-general de sambistas" e melhor amigo de Riachão, em uma narração onde exalta o Pelourinho como um espaço vivo e pulsante no coração do Brasil.